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domingo, 10 de julho de 2011

TARANTINO EM PLENA FORMA

Louco e genial Quentin Tarantino
                Logo após estrear um filme de Quentin Tarantino, imediatamente já se espera pelo próximo. É assim que acontece com alguns diretores e outros operários do cinema. Desde que o profissional seja digno de ser notado e capaz de unir crítica e público, o que é cada vez mais raro. O curioso é que Tarantino já foi acusado de ver esgotado seu arsenal de ideias e talento, e o destrato nem foi de toda maldade considerando que o cineasta ficou anos sem filmar ou anunciar um projeto. O silêncio foi interrompido por Kill Bill, espetáculo de vingança que faz referência aos filmes chineses de artes marciais dos anos 70, onde o diretor deixou claro que estava em forma artística e capaz de sustentar a fama de prodígio que conquistou com seu mega famoso Pulp Fiction.
               Bastardos Inglórios (Inglorious Bastards/EUA/09) é sua alegoria sobre como seria o assassinato de Adolf Hitler. Tudo começa com a visita aterrorizante do coronel Hans Landa (Christoph Waltz) – um oficial nazista - à fazenda de uma família que esconde um grupo de judeus. Descoberto o esconderijo todos são assassinados, à exceção de Shoshanna (Melanie Laurent), que escapa da chacina e que no futuro planeja o massacre do alto comando do III Reich. Aldo Raine (Brad Pitt) é um caipira americano que adora escalpelar as vítimas do grupo de extermínio que lidera, os Bastardos Inglórios, e que está em missão para também acabar com a vida de Hitler e seus aliados.
Paus e ferros verbal ou não em qualquer imagem
               Nesta trama, a princípio simples, a marca do diretor entra em cena com diálogos para lá de interessantes e teorias de cinema e outros ícones da cultura pop, tendo como pano de fundo o fato de todos os personagens estarem escondendo algo: Shoshanna se esquiva de um militar nazista apaixonado à medida que precisa da influência dele para por em prática seu plano; a estrela badalada Bridget von Hammersmark (Diane Krüger) precisa manter o equilíbrio quase insustentável em um bar onde judeus disfarçados e militares alemães se encontram, sendo ela mesma uma agente dupla; Landa é muito mais curioso pois mostra uma elegância quase convincente que é derrubada na primeira e única oportunidade que tem de salvação. O único que nada dissimula é o próprio Raine, um psicopata de mentalidade quase juvenil obcecado por sua fundamentada – levando em conta o contexto do seu meio de vida - obra-prima.
          Mesclando referências a filmes e artistas, o diretor faz uma homenagem a sua formação cultural bem ao estilo violento e humorado que rezam a marca de seus trabalhos. Bastardos Inglórios recebeu 8 indicações ao Oscar e foi saudado como o mais cerebral capítulo de sua carreira. Resta ao público esperar por seu próximo projeto. E que venham muitos. Por caridade.


Um comentário:

  1. Tarantino, como sempre, ótimo...Bastardos Inglórios me fez tremer de tensão..rsrs...

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