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domingo, 3 de julho de 2011

CINEMA EM DUAS DIMENSÕES

Dennis Hopper e Peter Fonda no genial Sem Destino
             O cinema está em crise faz três décadas. Suas salas estão cada vez mais vazias (guardadas as proporções populacionais) e seus filmes, à exceção de alguns, estão tolos e pouco transformadores. Também no fim dos anos 50 ele estava em baixa, ninguém se interessava mais por seus produtos que, de maneira geral, exaltavam a utopia norte-americana. Era a primeira vez que o ramo sofria uma crise tão drástica, muito ocasionada por uma lei que inviabilizou o sistema de estúdio e pela carência de histórias que falassem a língua da sociedade rock n´roll que estava se formando.
             Eis que surge uma geração de cineastas que viriam a estabelecer um novo padrão de arte cinematográfica, mesmo sendo eles figuras mal vistas e controvertidas, representantes de tudo aquilo que o american way desprezava, porém que se tornaram responsáveis por trazer as pessoas novamente às salas e criaram uma linguagem que produz frutos até os dias de hoje: Sem Destino, Bonnie e Clyde, Mash, O Poderoso Chefão, Táxi Driver, Corações e Mentes são alguns exemplos.
            O cinema, fora seu próprio nascimento, passou por três inovações técnicas fundamentais: o som, em 1927 com o filme O Cantor              de Jazz, a cor, em 1939 com E o Vento Levou, e o 3D, em nossos tempos com Avatar.
        Este último conta a história já bastante conhecida de Pandora, uma lua em um sistema solar distante, habitada pelos Na´Vi, humanóides gigantes e azuis, que compartilham uma ligação de respeito e auto-sustento com a exuberante natureza local. O ano é 2154 e os colonizadores humanos têm a ganância por um precioso minério que Pandora possui em grande escala. Como soa familiar, para botar as mãos neste precioso bem, os vilões humanos precisam dominar os habitantes locais e destruir o meio ambiente.
           Jake é um humano tetraplégico que através de uma tecnologia tem seus pensamentos e personalidade transferidos para o corpo de um Na´vi, e sob posse deste e livre no planeta, não demora para mudar de lado e lutar à favor daqueles que deveriam ser seus adversários, desencadeando uma guerra entre as espécies.
Cameron: alta técnica, baixa profundidade
             O 3D cumpre de forma excepcional o objetivo de transportar as pessoas para dentro da história, de levá-las a mergulhar na vida dos personagens e em seu mundo, que apesar de fictício tem formas absurdamente reais. E tal tecnologia faz isso brincando com os sentidos, obrigando o público, por exemplo, a virar o rosto para o lado da Sigourney Weaver quando ela fala, como se estivesse ao vivo, e ao desviar de tiros e de animais alados, como se eles fossem acertá-lo em cheio.

           Recebeu alguns Oscar, mas não os principais, mas prêmios pouco importam quando um filme atinge os feitos de Avatar, sendo ele o responsável, inclusive,  por tirar o cinema da crise a qual se encontrava há três décadas. E também não é um crime prever que daqui a pouco, quando o 3D não for mais novidade, o público poderá evadir das salas novamente, até que surja uma nova tecnologia que o faça voltar. ortanto seria bem mais prudente e bastante bem vinda uma nova onda de artistas, mesmo que mal vistos e controvertidos que se responsabilizassem por trazer um novo padrão de arte no cinema, e que falassem a língua da geração tecnológica.


2 comentários:

  1. O cinema sempre me atraiu. A tecnologia 3D, na minha opinião, apenas ampliou suas possibilidades. Avatar ficou para a história do cinema não somente por sua inovação, mas por fazer o que o cinema ja fazia há tempos: Entreter corações e mentes.

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  2. Hearts and minds! A locução pretendida por todos na qual poucos atingem o objetivo. Hearts and minds! É o que todos, para o bem ou para o mal, buscam para o poder. A propósito, viu o documentário?

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