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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

MILLION DOLAR DOG


Terrorismo americano
      O filme Marley e Eu (Marley and Me, EUA, 2008) repetiu o sucesso que o livro fez nas livrarias, à época foram mais de US$ 100 milhões de bilheteria nos primeiros 10 dias de exibição, o que deixa claro que fazer dinheiro em Hollywood não é assim um cão, digo, bicho de sete cabeças, pois basta ter um grande orçamento em caixa, reunir um elenco famosinho, basear-se em um livro de sucesso e manipular as emoções do público para que soltem algumas lágrimas durante e principalmente no final da projeção.
      A trama todos conhecem ou já ouviram falar: Marley, o pior cão do mundo, é adotado ainda filhote por um casal que acabou de deixar o altar (Owen Wilson e Jennifer Aniston), com o objetivo de lhes dar alguma ideia do que é ser pai e mãe. O que os pombinhos descobrem é que o tal cachorro é um destruidor hiperativo, que não obedece ninguém, come tudo que encontra pela frente e tem o hábito de praticar atos libidinosos em estranhos.
      A história aborda mais de dez anos da vida do casal e Marley serve como um coadjuvante que pontua os problemas e responsabilidades do matrimônio.
      O texto autobiográfico do jornalista John Grogan deixa evidente que há nuances (e muitas) de ficção, que serve para deixar a trama mais palatável e atraente. Não é difícil concluir, portanto, que a fonte-trajetória de Marley e Eu pode não ser tão engraçada quanto se faz pensar que o autor e sua visão é, mesmo que no filme e na realidade ele escreva uma coluna de imenso sucesso por conta de seu humor.
      As melhores sequências do filme, contudo, ficam com Alan Arkin, que faz o chefe de Grogan. Ele nunca ri, o que não o impede de ser engraçado, principalmente quando diz a seu subordinado como poderá ser seu casamento daqui a alguns anos. É terrível seus conselhos, mas de uma ironia surpreendente.
Felicidade universal
      Quanto a Kathleen Turner chega a ser constrangedor ver o que foi uma grande promessa dos 80 em um papel tão menor e ridículo em comparação com seu talento. E como ela está irreconhecível, fora de forma artística e física, em uma participação que demonstra tristemente seu declínio.
      O cão Marley é apenas um veículo para pontuar a vida do casal, ele não chega a ser fundamental na transformação destes como fez pensar a publicidade do filme, mas como diretor e roteirista foram bem treinados, lá pelo terço final da trama, quando o cão já está velho e moribundo, a lente se volta toda para ele, demonstrando uma manipulação picareta de emoções.
      Não é necessário muita qualidade para se fazer dinheiro no cinema, e Marley e Eu está aí para provar, mas apesar de tudo ele agrada, não exige compromisso e é indicado para os pais, tios, avós, crianças e cachorros.















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