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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Norte, leste, oeste e sul

Faz quatro anos. 25 faz exatamente quatro anos que tive um sonho. Foi daqueles vívidos, tão real que me lembro perfeitamente, até da data. Foi assim:

"O lugar era muito árido, um deserto, destes com paisagem estourada do cinema novo. Havia uma multidão, pessoas com aspectos sofridos mas com expressões felizes, equilibradas, mas surradas. Eu estava de frente elas, era parte delas, eram parte de mim, sentia isso, não sabia isso. Eu estava feliz por vê-las, mas não conseguia me aproximar, me juntar à multidão, e era tudo que mais queria. Minhas pernas estavam travadas, por mais que quisesse não movia um passo. Estava feliz mas angustiado. Muito angustiado. Alguém saiu deste grupo eu o vi em um instante e veio em minha direção. Seu primeiro passo serviu para mim como uma gota d ´água para um sedento terminal, o que já seria um alívio, se não me adiantasse à consideração de que muito mais aquele breve e futuro contato me mataria a sede por completo. Sentia, não sabia. Esta criatura se aproximou, me tocou firme no braço e disse o seguinte: "Todos estes existem desta forma pois passou por você, seja agora você a passar por todos, mas por todos eles. Vigie-se portanto para não estar diante da multidão porém solitário." Virou-se e desapareceu dentre eles, mas antes de me largar me pediu a mão e pôs nela uma bússola.

Um comentário:

  1. Demais! adorei o texto, ou melhor o seu sonho. Muito significativo, vivemos fases em nossa vidas muito íntimas ou solitárias, que pertencem cada vez mais a nós as escolhas e decisões a serem tomadas. Muito bom, um privilégio de sonho.

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